Projeto-piloto foi executado em 43 municípios do Mato Grosso do Sul e será replicado em diversas cidades nas cinco regiões do país
Por Redação
Com a previsão de realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, o Sebrae já largou na frente e deseja capacitar até mil municípios em 2025 para que eles possam criar projetos sustentáveis e acessar financiamentos climáticos. Conhecido como “Roadmap Território Carbono Neutro”, a metodologia já foi utilizada com 43 municípios do Mato Grosso do Sul e tem se tornado uma alternativa para conectar as gestões públicas na confecção e execução de políticas e projetos ambientais.
A ferramenta será apresentada no Pavilhão Brasil, no próximo dia 20 de novembro, para lideranças e especialistas durante a Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) – COP 29, em Baku, no Azerbaijão. Ela já foi exposta no King’s Brazil Institute, em Londres, na Inglaterra; e no Congresso Mundial de Cidades Inteligentes (Smart City Expo World Congress), em Barcelona, na Espanha.
Queremos levar essa maturidade da resiliência climática ao máximo de estados brasileiros. O que a gente espera de fato é conseguir fazer com que políticas públicas, União, estados e municípios estejam alinhados, além da iniciativa privada, para fazer essa transição para um novo modelo de desenvolvimento mais sustentável.
Gustavo Cezario, assessor da Diretoria Técnica do Sebrae
Cezario destaca que os municípios devem procurar as unidades estaduais do Sebrae para aderir ao programa. Inicialmente, a estratégia foi construída para uma atuação focada nos municípios do Pantanal, com a proposta de ajudar as gestões municipais e os empreendedores presentes no bioma a identificarem alternativas sustentáveis e, até mesmo, novas oportunidades de negócio a partir da necessidade do território em reduzir os impactos ambientais.
O objetivo da iniciativa é identificar o estágio do município em relação à política de mudanças climáticas, propor uma agenda adequada à realidade do município e facilitar a captação de recursos para a agenda local. O projeto é dividido em seis eixos: mudanças climáticas, gestão territorial, capacidade administrativa, capacidade financeira, governança e ambiente de negócios.
Parque Ecológico Rio Formoso, que fica em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Foto: Divulgação.
Para se ter uma noção de qual estágio o município está, é feito um diagnóstico e, a partir disso, elabora-se um plano de ação personalizado considerando as principais demandas. Todas essas informações são disponibilizadas em uma plataforma digital para que os órgãos e instituições possam identificar quais os territórios mais adequados para investir.
De acordo com consultor do Sebrae do Mato Grosso do Sul, Jeconias Júnior, o Roadmap é capaz de impulsionar uma agenda climática no país. “A recente catástrofe ocorrida no Rio Grande do Sul demonstrou que o país precisa de estratégias que coordenem as ações dos três níveis de governo, e o Roadmap pode ser uma ferramenta fundamental para isso”, disse.
A metodologia permite ainda identificar o esforço da cidade, o histórico dos itens cumpridos, resultando em certificações e reconhecimentos. Por fim, as oportunidades de financiamento se articulam a partir dessa agenda local, sejam elas de origem pública ou privada, onerosas ou não onerosas, nacionais ou internacionais.
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