A crise na Santa Casa de Campo Grande atingiu um nível alarmante, gerando preocupação entre os deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). A Justiça determinou o repasse imediato de mais de R$ 46 milhões, que deveriam ter sido pagos pela Prefeitura de Campo Grande, mas estão em atraso.

O deputado Pedro Kemp (PT) destacou a urgência da situação, lembrando que a Santa Casa atende não apenas a capital, mas também pacientes do interior. “O que revolta é que, durante o período eleitoral, ouvimos discursos de que tudo estava bem. Agora, vemos um cenário de colapso na saúde e em outras áreas. A Prefeitura não consegue dar respostas nem para os buracos das ruas, nem para os CRAS e os conselhos tutelares. Quem mais sofre são as pessoas que precisam do atendimento. Ver médicos registrando ocorrências policiais por falta de estrutura é algo inaceitável”, criticou Kemp.

O hospital enfrenta superlotação e escassez de materiais essenciais. O pronto-socorro, projetado para 13 leitos, atualmente abriga mais de 80 pacientes. A situação levou a direção da Santa Casa a solicitar a suspensão de novos atendimentos, alegando condições caóticas.

Diante da crise, médicos procuraram o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) para denunciar a falta de insumos para cirurgias, atrasos no pagamento de salários e suspensão de procedimentos eletivos. Segundo os relatórios apresentados, a Santa Casa acumula um déficit mensal de R$ 13,23 milhões, totalizando R$ 158,85 milhões ao ano. Desde 2022, o hospital não recebe reajustes financeiros, agravando ainda mais sua situação econômica.

Com a pressão crescente, a ALEMS cobra medidas urgentes para evitar um colapso ainda maior no atendimento hospitalar. A liberação dos recursos em atraso é vista como um passo essencial, mas não suficiente. O caso exige um plano de recuperação financeira e melhorias estruturais para garantir que a população tenha acesso a um serviço de saúde digno e eficiente.

A crise na Santa Casa de Campo Grande expõe falhas graves na gestão pública e reforça a necessidade de ações imediatas para evitar que a maior unidade hospitalar do estado entre em colapso total.

Por Redação
Foto: Luciana Nassar