Ginecologista também deu dicas para esse 1% das pessoas que não têm vida sexual ativa
Cerca de 1% das pessoas escolhem uma vida sem sexo, é o que apontam estudos sobre o assunto. A respeito, a reportagem do portal LeoDias entrevistou a ginecologista Beatriz Tupinambá, que abordou os principais aspectos médicos das mulheres que fazem essa escolha, assim como se o sistema reprodutor pode ser afetado e orientação para quem se identifica como assexuais ou não sente atração sexual.
Segundo a especialista, não existe, do ponto de vista clínico, uma doença associada diretamente à ausência de vida sexual ativa em mulheres. No entanto, deixar de ter atividade sexual faz com que ela perca alguns benefícios importantes para o bem-estar geral. A prática sexual está relacionada à melhora da autoestima, do humor e da qualidade do sono.
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Mulher deitada na camaReprodução draelisnogueira.com.br

Saúde da mulherFoto/Pexels

Mulher com as mãos da vaginaReprodução
“Durante o sexo, o corpo libera substâncias como endorfinas e ocitocina, que ajudam a reduzir o estresse e fortalecer os vínculos afetivos. Ou seja, há vantagens em manter uma vida sexual ativa, mas isso não significa que a falta de sexo cause alguma doença”, explicou.
O sistema reprodutor, como o útero e os ovários, não sofre alterações diretas pela ausência de sexo. Mas o canal vaginal e o assoalho pélvico podem ser. A falta de estímulo nessa região, especialmente o estímulo sexual, pode levar à diminuição da lubrificação, à redução da elasticidade e ao agravamento da atrofia vaginal, sobretudo após a menopausa:
“A atividade sexual estimula a vascularização e a lubrificação natural da região, o que contribui para manter os tecidos vaginais mais saudáveis e resistentes, especialmente após os 40 anos, quando os níveis hormonais começam a diminuir”, afirmou.
A vagina é um canal virtual e, quando deixa de ser utilizada, pode ir se estreitando e atrofiando, o que torna mais difícil retomar a atividade sexual com conforto. Hoje em dia, com as terapias modernas e a ginecologia regenerativa, isso pode ser recuperado, mas a ausência prolongada de atividade sexual pode agravar essa condição.
“Além disso, a prática sexual contribui para a saúde do assoalho pélvico, mantendo a musculatura mais ativa, prevenindo disfunções urinárias, melhorando a circulação na região e ajudando a preservar a libido e a sensibilidade ao longo dos anos. Outro ponto importante é a saúde vaginal”, declarou.
Falta de desejo
Conforme a médica, o mais importante é que, mesmo que você não tenha desejo sexual, deve cuidar da sua saúde ginecológica com consultas regulares e exames preventivos, além de manter hábitos saudáveis e a hidratação da região íntima. Para quem está aberta a uma possível mudança na atividade sexual, vale pensar no fortalecimento da libido, pois quanto mais o corpo é estimulado, mais tende a responder positivamente à sexualidade.
“Os benefícios físicos e emocionais de ter uma vida sexual ativa incluem melhora da imunidade, do humor, redução da ansiedade e até alívio da dor em algumas mulheres. Manter uma rotina prazerosa também ajuda na preservação da saúde vaginal, aumentando a lubrificação, a elasticidade e o conforto íntimo. A atividade sexual é importante para a saúde feminina, mas não obrigatória; quando possível, traz benefícios muito significativos tanto para o corpo quanto para a mente”, explicou.
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