Dormir pouco não é apenas sinônimo de cansaço. A falta de horas adequadas de sono pode afetar diretamente a saúde física e mental, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Metro. Problemas imunológicos, hormonais e até cardiovasculares estão entre as consequências mais preocupantes.
A psicóloga Sue Peacock e a médica do sono Katharina Lederle explicam que o sistema imunológico é um dos primeiros a sentir os efeitos da privação. Durante o sono, o corpo produz citocinas, proteínas que ajudam a combater infecções e contribuem para um descanso mais profundo. Quando se dorme menos de seis horas, a resposta imunológica fica comprometida, aumentando a vulnerabilidade a doenças e retardando a recuperação do organismo.
O impacto psicológico também é significativo. A falta de sono intensifica a ansiedade, já que o cérebro permanece em estado de alerta, no chamado modo “luta ou fuga”. Essa hiperatividade mental dificulta ainda mais a capacidade de relaxar e adormecer, criando um ciclo nocivo.
Entre as mulheres, a privação pode desencadear alterações hormonais ligadas à tiroide. Lederle alerta que níveis elevados desse hormônio estão associados a irregularidades menstruais, ausência de ovulação e até interrupção do ciclo. Além disso, o desequilíbrio hormonal pode levar ao ganho de peso.
Estudos mostram que dormir pouco estimula o apetite e a compulsão alimentar. A falta de sono prolongada aumenta o desejo por comida e favorece o aumento de peso, explicam as especialistas.
Outro efeito direto é a queda de produtividade. Uma pesquisa nos Estados Unidos revelou que trabalhadores que dormem em média cinco horas por noite perdem 2,22 dias de trabalho por ano, contra 1,48 daqueles que dormem oito horas.
O déficit de sono também está ligado a problemas cognitivos, como falhas de memória, dificuldade de concentração e pior tomada de decisões. A longo prazo, cresce o risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto, além de diabetes e Alzheimer.
Por Notícias ao Minuto
Foto: Shutterstock
0 comentários