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Último trecho da Rota Bioceânica no Paraguai ainda sem pavimentação já começa a receber imprimante asfáltico

por | jan 26, 2025 | Últimas notícias

A pavimentação no Chaco Paraguaio é uma das obras fundamentais para viabilizar o Corredor Bioceânico e tem previsão de conclusão em agosto de 2026.

O último trecho da Rota Bioceânica no Paraguai, que ainda não possui pavimentação asfáltica — os 224 quilômetros da Rota PY15 entre as cidades de Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina —, está com obras aceleradas e já recebendo imprimante asfáltico, uma espécie de emulsão que liga a base do pavimento à sua camada final, segundo o Ministério de Obras Públicas y Comunicaciones (MOPC) do país vizinho.

A pavimentação no Chaco Paraguaio é uma das obras fundamentais para viabilizar o Corredor Bioceânico, também chamado de Rota da Integração Latino-Americana (RILA). O corredor é uma megaestrada que liga, pelo modal rodoviário, a costa do oceano Atlântico, no Brasil, à do Pacífico, no Chile, cruzando ainda o Paraguai e a Argentina.

Conforme o MOPC, esse segmento da Bioceânica no país, chamado de terceiro trecho, teve as obras divididas em quatro lotes, que variam de 52 a 59 quilômetros de extensão, cada um sendo executado por um consórcio ou grupo de empresas, para acelerar o andamento dos trabalhos.

Pavimentação do trecho três da Bioceânica no Paraguai foi dividido em quatro lotes para acelerar as obras — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Pavimentação do trecho três da Bioceânica no Paraguai foi dividido em quatro lotes para acelerar as obras — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Dos 224 quilômetros em construção, 220 quilômetros são destinados à pavimentação do corredor principal, enquanto o restante será utilizado para melhorias viárias complementares, tais como acessos, travessias urbanas e coletoras.

Além do asfaltamento da rodovia, também estão previstas melhorias viárias nas cidades de Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, como a construção de rotatórias, acessos aos aeroportos, cabines de pedágio e pesagem de veículos.

Em Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, será construído um centro de controle.

A execução deste projeto, financiado pelo Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), tem um investimento de US$ 354,2 milhões.

Terceiro trecho da Bioceânica no Paraguai está sendo pavimentado com recursos do Fonplata — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Terceiro trecho da Bioceânica no Paraguai está sendo pavimentado com recursos do Fonplata — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

A Rota Bioceânica no Paraguai

De acordo com o MOPC, no país, a extensão da Rota Bioceânica foi dividida em três trechos para a pavimentação. O primeiro, de Carmelo Peralta a Loma Plata, tem 277 quilômetros e já está concluído. O investimento na iniciativa foi de US$ 443 milhões.

Trecho já pavimentado da rota Bioceânica no Paraguai — Foto: MOPC/Divulgação

Trecho já pavimentado da rota Bioceânica no Paraguai — Foto: MOPC/Divulgação

Em Carmelo Peralta está sendo construída a Ponte da Bioceânica, que liga o país ao Brasil, por Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul.

O segundo trecho da rota no Paraguai vai de Cruce Centinela a Mariscal Estigarribia. Tem uma extensão de 102 quilômetros e um investimento previsto de US$ 110 milhões.

Segundo o ministério, sua pavimentação deve ocorrer após o trecho 3, já que existe outra rodovia na região, a PY09, que foi remodelada e pode funcionar como alternativa para o trecho.

Ponte da Bioceânica

Ponte da Bioceânica que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Ponte da Bioceânica que liga Porto Murtinho, no Brasil, a Carmelo Peralta, no Paraguai — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

A ponte está sendo construída por um consórcio binacional, com um investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A estrutura tem uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois formarão os viadutos de acesso em ambos os lados e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros sobre o rio Paraguai, incluindo um vão central de 350 metros. Os pilares, elementos centrais da ponte estaiada, alcançarão 130 metros de altura.

A obra incorpora inovações em segurança e acessibilidade, incluindo faixas de rodagem de 3,60 metros, acostamentos de 3 metros, ciclovia e calçada para pedestres. Um elemento distintivo será o sistema de mastros, projetado como portais simbólicos entre os dois países.

A ordem de serviço para a ponte foi emitida em 13 de dezembro de 2021 e a obra deve ser concluída em março de 2026. Após o recesso de fim de ano, as obras foram retomadas em 9 de janeiro.

Nesta etapa, conforme o ministério paraguaio, serão montados os chamados carros de avanço, estruturas temporárias utilizadas para suportar segmentos da ponte enquanto eles são adicionados sequencialmente para formar a estrutura.

No lado paraguaio da construção, já foi iniciado também o processo de licitação para a pavimentação da estrada de 3,8 quilômetros para acessar a ponte.

Construção da alça de acesso da Ponte da Bioceânica em Porto Murtinho — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Construção da alça de acesso da Ponte da Bioceânica em Porto Murtinho — Foto: Toninho Ruiz/Arquivo Pessoal

Já no front brasileiro, avança também a construção do acesso que ligará a BR-267 à ponte. Essa obra está orçada em R$ 427 milhões e vem sendo executada pelo Consórcio PDC Fronteira, com recursos do governo brasileiro, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além da alça de 13,1 quilômetros que ligará a rodovia à ponte, também está sendo construído o contorno rodoviário em Porto Murtinho e o centro aduaneiro, que fará o controle do acesso entre o Brasil e o Paraguai.

A obra foi iniciada em 20 de setembro, e o prazo de conclusão é de 26 meses. O consórcio responsável já está realizando a limpeza na área de abrangência do acesso e o isolamento de toda a extensão do trecho.

Vantagem competitiva do corredor

A megaestrada, segundo estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia, via portos chilenos de Iquique, Antofagasta e Mejillones. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir o tempo em 23%, cerca de 12 dias a menos.

Trecho da Rota Bioceânica na Cordilheira dos Andes, na Argentina — Foto: Anderson Viegas/g1 MS

Trecho da Rota Bioceânica na Cordilheira dos Andes, na Argentina — Foto: Anderson Viegas/g1 MS

Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.

Por Anderson Viegas, g1 MS

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