Empresário Pepeu Correa descreveu tentativa de retorno dos irmãos Cavalera como “frustrada”; Andreas Kisser já explicou por que banda recusou propostas do tipo.
O sucesso da turnê “Titãs Encontro” ainda impressiona. Idealizada pela 30e em parceria com a Bonus Track Entretenimento, a série de shows reuniu todos os integrantes remanescentes da formação clássica do Titãs e lotou estádios pelo país entre abril de 2023 e março de 2024. Só em São Paulo, foram seis datas no Allianz Parque, com mais de 300 mil ingressos vendidos.
Curiosamente, apesar do saldo positivo, a banda não era a primeira opção das produtoras responsáveis. Na verdade, Pepeu Correa, dono da 30e, tentou juntar a formação clássica do Sepultura antes de conversar com os sete músicos do outro grupo a respeito de um giro de reunião.
A ideia original consistiria em reunir os remanescentes Andreas Kisser (guitarra) e Paulo Jr (baixo) aos irmãos Max (voz e guitarra) e Iggor Cavalera (bateria), fora desde 1996 e 2006, respectivamente. Acabou não dando certo.
Durante entrevista a Felipe Branco Cruz para a revista Veja, o empresário rapidamente mencionou:
“Após uma tentativa frustrada de reunir o Sepultura, eu pensei: ‘Qual outra banda poderia retornar?’. Os Titãs sempre foram grandes vendedores de ingressos.”
Andreas Kisser já revelou que o Sepultura recebeu propostas diversas para voltar à formação com os irmãos Cavalera. Ao longo dos anos, vieram convites do Ozzfest, festival itinerante de Ozzy Osbourne, como também do Knotfest, idealizado pelo Slipknot.
Contudo, os integrantes recusaram as ofertas, já que entenderam que não era o momento certo. Ao canal Rockast em fevereiro último, o guitarrista explicou:
“Já recebemos propostas de alguns festivais como Ozzfest, como o próprio Knotfest, entre outros, para fazer [a reunião]. Mas nunca foi adiante, porque a nossa intenção nunca foi essa, de fazer por dinheiro ou por outra coisa que seja.”
O show final do Sepultura
O Sepultura continua excursionando com a turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”. Iniciada no último mês de março, a série de shows que também marca os 40 anos da banda já passou por países da América Latina, América do Norte e Ásia. Agora, atravessa a Europa e, neste mês de novembro, voltará para o Brasil.
Depois disso, os músicos seguirão apresentando o espetáculo. A performance no Lollapalooza Brasil 2025 — marcada para o dia 30 de março de 2025 — é a última data divulgada até o momento, mas Andreas Kisser já deixou claro que ele e os colegas querem “esticar até onde for possível”.
Por isso mesmo, o esperado é que o show final do grupo aconteça somente em 2026, prazo limite que os próprios estabeleceram. E os integrantes já têm um lugar em mente para a ocasião.
Conversando com o Moshpit Passion, o guitarrista destacou o desejo de levar a “Celebrating Life Through Death” para destinos onde não teve a oportunidade de tocar. Ainda revelou os planos de encerrar a tour em São Paulo — e não em Belo Horizonte, cidade em que o grupo foi criado e onde a excursão teve início — com a participação de todos os ex-membros do Sepultura, incluindo os irmãos Max e Iggor Cavalera.
Ele disse:
“Estamos planejando fazer o último show de despedida em São Paulo em 2026. Gostamos de ir para lugares novos, onde nunca estivemos antes. Gostamos de fazer nossa despedida com calma, sem pressa. Não há razão para apressar nada. Estamos curtindo muito o momento. Estamos celebrando o momento. É fantástico. Seria ótimo registrar [profissionalmente] o último show. Gostaríamos de convidar todos os ex-membros, incluindo os irmãos Cavalera. Vamos ver o que acontece. Estamos trabalhando para isso, para ter uma grande celebração para os fãs.”
Titãs e a turnê “Encontro”
Em abril de 2023, o Titãs deu início à turnê “Encontro”. Responsável por reunir a formação clássica da banda — com os retornos especiais de Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Nando Reis e Charles Gavin —, a série de shows passou não só pelo Brasil, como também Estados Unidos e Portugal.
Como mencionado, a excursão conseguiu grande sucesso. Porém, inicialmente, a reunião completa quase não aconteceu. Arnaldo Antunes, que havia deixado o grupo em 1992, revelou ter recusado um retorno quando abordado num primeiro momento.
A declaração foi feita em entrevista ao programa “Som Brasil Apresenta: Titãs” da TV Globo. Conforme publicado pela Folha de S.Paulo, o artista explicou suas razões.
“Relutei porque não gosto dessa coisa saudosista. Mas depois dos primeiros encontros fiquei mais empolgado, porque as piadas, a coisa da convivência, de cantar juntos, foi invocada.”
Por Maria Eloisa Barbosa
Foto: Gary Monroe
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