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Arte nas Estações: projeto pensa junto novas formas de aprender, se relacionar, interagir e cocriar experiências com os diferentes públicos de MS

por | nov 26, 2024 | Últimas notícias

Programação gratuita inclui visitas mediadas, oficinas de arte, formação com professores, ações artísticas e culturais envolvendo agentes locais, ações de acessibilidade e inclusão.

O projeto Arte nas Estações que, depois de passar por Minas Gerais, chegou em setembro em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, apresenta um amplo programa educativo gratuito, em diálogo com exposições de arte naïf. As ações partem dos encontros e oportunidades de trocas e aprendizagens com os públicos locais para construir saberes e experiências.

Idealizado pelo colecionador e gestor cultural carioca Fabio Szwarcwald, com curadoria de Ulisses Carrilho e coordenação educativa de Janaina Melo, o projeto ocupa o Centro Cultural José Octávio Guizzo até fevereiro de 2025, com mostras de arte como ponto de partida para uma variada agenda cultural, artística e pedagógica.

A primeira coletiva, “Sofrência”, foi inspirada na produção musical sertaneja de Marília Mendonça. Ao longo do mês de novembro, que celebra a Consciência Negra, o centro cultural recebe a exposição “Entre o céu e a terra” que aborda diversas dimensões do sagrado, sobretudo as ancoradas nas religiões de matriz africana. A partir de 19 de dezembro, o espaço será ocupado pela mostra “A ferro e fogo” que, entre outras questões, aborda a pauta ambiental.

“O Arte nas Estações pensa junto com o território, com as pessoas e educadores do local, formas de aprender, relacionar, comunicar, interagir e principalmente de cocriar nas experiências com as exposições e a partir das exposições que integram o projeto”, explica Janaina Melo, coordenadora do educativo.

Na primeira edição, em 2023, os espaços expositivos nas cidades mineiras de Congonhas, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete foram palco de diferentes ativações de grupos de teatro, poesia, capoeira, de rappers, de escoteiros, músicos de congado, da “Cocada do Orgulho LGBTQIAPN+”, das mulheres da “Cavalgada de Batom” (com cavalos e carro de boi) e participantes dos CAPs, entre outros. Além de oficinas variadas, como “Empoderamento feminino”, “Cartografia dos Afetos” e “Diáspora africana”, uma oficina de pintura em especial, ministrada por Hélcio Queiroz, um artista de Conselheiro Lafaiete, se desdobrou em uma exposição coletiva, revelando talentos e estimulando a produção artística local.

Em Campo Grande, a exposição “Sofrência” já promoveu uma série de oficinas e encontros de formação com professores. Também foi espaço de diálogo com ações culturais da cidade envolvendo dança, literatura, música e rodas de conversas tendo as pinturas da mostra como ambiente de impulsionamento e estímulo.

Na cidade, o projeto conta com uma novidade: um ateliê educativo foi criado para receber os estudantes e todos os grupos que visitam a exposição. As visitas mediadas envolvem, portanto, práticas experimentais e convites à criação em diversas linguagens artísticas, desdobrando a experiência que os visitantes têm com a exposição.

No mês de outubro, em que celebramos o Dia do Mestre, as formações se deram com professores da educação infantil que, após a visita mediada, participaram de uma oficina de escrita e de bonecas abayomi, com Jessika Rebello.

Ativações individuais de bailarinos durante a Semana pra Dança de Campo Grande também estabeleceram relações com a mostra; assim como a ativação do programa performativo “Conversa de bar” (1976), inspirada em uma pintura homônima de Ivonaldo Veloso, que estimulava a conversa entre pessoas que até então não se conheciam. A programação é sempre gratuita e envolve tanto o público espontâneo como visitas agendadas de grupos.

“A gente gosta de reforçar que este programa educativo não é um eco da curadoria, mas uma possibilidade de agenciar as relações que os visitantes terão com as exposições do projeto e as obras apresentadas. E a partir disso, esse manejo das possibilidades de produção, de criação, de improvisação e de tudo que pode surgir de uma experiência sensível, estética e imagética”, explica Marcus Perez, coordenadora local do programa educativo do Arte nas Estações.

Em resumo, as principais linhas distintas de ação do educativo são:


– Visitas educativas para grupos escolares e não escolares. A mediação é pensada a partir das características, questões e demandas dos públicos. Nestas atividades, os educadores recebem os grupos, dialogam sobre as exposições e propõem experiências que vão desde rodas de conversa e oficinas a experimentações, podendo envolver arte, música sertaneja, expressão corporal, etc.

– Formação com professores e educadores: parte de um processo potente de escuta, de construção coletiva e diálogo, em que os participantes são convidados a explorar as exposições e a partir de questões emergidas, construir possibilidades de criação e interação com os conteúdos desenvolvidos em sala de aula e pensar o próprio fazer artístico e pedagógico.

– Programação cultural em articulação com o território: o educativo entende que uma importante contribuição do programa é prover espaço de diálogo com os artistas, produtores culturais e coletivos locais. Por isso, as exposições são também territórios de construção de experiência e criação de vínculos importantes para a cena local.

– Ações de acessibilidade e inclusão: um conjunto de estratégias de mediação e inclusão de pessoas com deficiência (PCD) e seus familiares, idosos e grupos em vulnerabilidade social. As ações previstas visam criar, a partir das exposições, ambientes acessíveis e porosos às experimentações, bem como oportunidades de acesso a diferentes públicos: desde visitas exclusivas a desenvolvimento de estratégias sensoriais.

Reconhecimento internacional

No dia 13 de novembro, Janaina Melo, criadora e coordenadora do educativo do Arte nas Estações, participou do encontro “Educação e arte no território: Práticas artísticas, comunitárias, educativas e de mediação na América Latina”, que se vincula aos programas formativos de LA ESCUELA___, atuando em parceria com o Malba – Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires e Pinacoteca de São Paulo.

No evento, ela apresentou a fala “Arte nas Estações: atravessamentos entre arte, cultura e comunidade”, a partir das experiências do projeto nas cidades mineiras de Ouro Preto, Conselheiro Lafaiete e Congonhas, e também em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul articulou as relações do projeto com os territórios e como ele se transforma nessa relação.

A plataforma educativa do Arte nas Estações instaura com os territórios nos quais se insere uma comunidade de aprendizagens. Ver essa abordagem conceitual ser validada em encontros internacionais possibilita que estas alianças possam se expandir também em âmbito global, promovendo conexões latino-americanas enraizadas nas práticas locais e em eixos alternativos à centralidade do eixo Rio-São Paulo, com especial atenção para a diversidade cultural dos diferentes estados brasileiros.

Programação

A exposição Entre o céu e a terra fica em cartaz até o dia 7 de dezembro e é possível participar da programação cujos principais destaques são: oficinas de construção de guias, rodas de literatura afrocentrada, rodas de danças populares brasileiras e apresentação de espetáculos de artes cênicas. Acompanhe a programação do Arte nas Estações em https://artenasestacoes.com.br/programacao/campo-grande/. Mais informações pelo e-mail: educativo@artenasestacoes.com.br.

O Ministério da Cultura apresenta Arte nas Estações. Lei Federal de Incentivo à Cultura, patrocínio Master da Energisa; patrocínio Copa Energia, BMA Advogados, Banco BV; apoio Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul; apoio cultural: Instituto Energisa; apoio do programa educativo, Fundo de Filantropia da Família Hees; Correalização do programa educativo do Instituto 3C, concepção A-Ponte, realização Ikigai Produções e do Ministério da Cultura, Governo Federal União e Reconstrução.

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