O Brasil acorda cedo. Ainda escuro, muita gente já está de pé. É o motorista de ônibus que não pode se atrasar, a auxiliar de enfermagem que deixa os filhos dormindo, o gari que limpa a cidade antes que ela desperte. Nesta quinta-feira, 1º de Maio, celebramos o Dia do Trabalhador — uma data de memória, de luta e, acima de tudo, de resistência.
A história começou há quase 140 anos, quando operários em Chicago, nos Estados Unidos, ousaram pedir o óbvio: trabalhar oito horas por dia, com dignidade. Foram reprimidos, presos, mortos. Mas acenderam uma chama que cruzou oceanos. Em 1925, o Brasil transformou o 1º de Maio em feriado nacional. Desde então, a data é símbolo das conquistas que vieram — e das batalhas que ainda se travam.
Férias remuneradas, décimo terceiro salário, licença-maternidade, FGTS: esses direitos, hoje considerados básicos, foram frutos de muita pressão popular e sindical. Mas o tempo passou, e os desafios mudaram de forma.
O trabalhador de 2025 enfrenta o desemprego, a informalidade, o salário que não acompanha a inflação. Lida com a automação, com a precarização dos aplicativos, com a incerteza do amanhã. Muitos trabalham sem carteira assinada, sem hora para descanso, sem saber se o esforço vai garantir comida na mesa no fim do mês.
Ainda assim, não desistem. Seguem firmes pedreiros, cozinheiras, professores, entregadores, artistas, enfermeiras, vendedores, médicos, entre outros trabalhadores que ajudam na construção de um país melhor Cada um sustentando o país com o suor do rosto e o peso da esperança. Porque o Brasil só anda porque eles não param.
O 1º de Maio não é só um dia de descanso. É um dia de reverência, mas também de cobrança. Não há futuro sem justiça social. Não há crescimento com desigualdade. Não há dignidade com exploração.
Hoje, mais do que nunca, é preciso olhar para quem sustenta esse país. Garantir condições dignas de trabalho. Respeitar quem produz. Valorizar quem cuida. Proteger quem sonha. Porque um país se mede não pelo PIB, mas pela dignidade de quem acorda cedo todos os dias para construí-lo.
Neste Dia do Trabalhador, que o aplauso vire ação. Que a celebração venha com políticas públicas, salário justo, e respeito real. Porque um Brasil melhor só é possível quando quem carrega esse país nas costas caminha de cabeça erguida. E com direitos.
Feliz 1º de Maio. A luta continua.
Por Carolina Assis
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